segunda-feira, 30 de novembro de 2009

"A Sedução das Novas Teologias" ganha da Associação de Editores Cristãos o Prêmio Areté de melhor obra de Apologética Cristã em 2008

Caros,

É com muita alegria que recebi hoje à tarde a notícia de que minha obra A Sedução das Novas Teologias (CPAD), lançada no final de janeiro de 2008, ganhou sábado (28/11), da Associação de Editores Cristãos (Asec), o Prêmio Areté de melhor livro de Apologética Cristã em 2008. Honras e glórias a Deus, de onde vêm toda graça e a inspiração!
Meu desejo é que o maior número possível de pessoas sejam alcançadas, despertadas e alertadas no Brasil por meio do conteúdo dessa obra, que nasceu como fruto do amor à Palavra de Deus e em meio ao labor do ministério cristão. Esse reconhecimento da Asec, com certeza, contribui para isso.

As polêmicas visão e proposta de mundo da Conferência do Clima em Copenhague

De 7 a 18 de dezembro, em Copenhague, Dinamarca, ocorrerá a próxima Conferência do Clima, que, bem antes de ser realizada, já está cercada de polêmica. Isso porque, em primeiro lugar, como todos sabemos, a tese do Aquecimento Global Irreversível e Antropogênico nunca foi unanimidade no meio científico. Em postagem de 27 de março neste blog, enfatizei isso, indicando, inclusive, o documentário A Grande Farsa do Aquecimento Global, exibido em 8 de março de 2007 na tevê inglesa e que ganhou dois prêmios: Melhor Documentário na Europa em 2007 pelo Isabella Film Festival, da Itália; e Melhor Documentário para Televisão na Inglaterra em 2007 pelo British Television Industry's 2008 Broadcast Awards, o “Oscar” da tevê britânica. O excelente documentário pode ser assistido gratuitamente aqui. Ele conta com depoimentos e explicações de cientistas renomados dos EUA, Europa, Israel e Ásia, além de um depoimento de um co-fundador do Greenpeace, Patrick Moore.
Quem quiser saber mais sobre o assunto, indico o depoimento do Dr. William Gray, do Departamento de Ciência Atmosférica da Universidade do Colorado, publicado no site do Senado dos EUA. Gray é a maior autoridade no mundo em ciclones tropicais e ele afirma que – e explica cientificamente porque – o Aquecimento Global Antropogênico e Irreversível (daqui em diante, chamarei AGAI) é “uma farsa”. Leia o artigo aqui. Indico ainda um artigo de Richard Litzen, renomado cientista e o mais destacado professor de Ciência Atmosférica do MIT, publicado no jornal Wall Street Journal em 2006 (leia-o aqui); um artigo do meteorologista gaúcho Eugenio Hackbart, publicado no site do MetSul (leia-o aqui); e o depoimento do professor José Carlos Parente de Oliveira, da Universidade Federal do Ceará, doutor em Física e pós-doutorado em Física da Atmosfera, negando o AGAI (veja aqui).
Mas, em segundo lugar, a Conferência de Copenhague está cercada de polêmica por causa do maior golpe sofrido pelos adeptos do AGAI, ocorrido há poucos dias.
Um hacker entrou nos computadores da Unidade de Pesquisa Climática da Universidade de East Anglia, na Inglaterra, considerada o maior centro de pesquisa sobre Aquecimento Global do mundo, e coletou 61 megabytes de documentos (1.073 e-mails, cerca de 3 mil PDFs, planilhas etc), colocando-os à disposição de todos na internet. Detalhe: os documentos provam (1) a manipulação de dados para tornar crível a tese do AGAI e (2) a destruição e omissão deliberada de informações embaraçosas contra o AGAI. A autenticidade dos documentos foi confirmada pelo diretor da unidade, Phillip Jones. Como a unidade é uma das maiores bases de elaboração de informações para o alardeado IPCC (a turma do Painel do Clima da ONU), alguns cientistas já estão chamando o conteúdo dos documentos de “o maior escândalo da ciência moderna”.
Em um dos e-mails, por exemplo, o diretor da unidade, Phillip Jones, afirma que usou um “truque” para esconder o declínio da temperatura no mundo (para quem não sabe, dados mostram que, desde 1998, a temperatura do planeta tem diminuído, e não aumentado). Escreveu Jones: “Eu apenas aperfeiçoei o truque da (revista) Nature aumentando a temperatura real para cada série durante os últimos 20 anos (ou seja, a partir de 1981) para esconder o declínio”.
Em outro e-mail, afirma Jones: “O fato é que não podemos explicar a falta de aquecimento no momento e é cômico que não possamos. Os dados do CERES publicado no suplemento BAMS em 9 de agosto de 2008 mostra que deveria haver ainda mais aquecimento, mas os dados estão certamente errados. Nosso sistema de observação é inadequado”.
Há ainda e-mails em que recomenda-se apagar dados científicos que servem de prova contra a tese do AGAI. Em matéria sobre o assunto publicada pelo jornal The New York Times, o climatologista Patrick J. Michaels declara que, mais do que “uma prova indiscutível” contra o AGAI, esses documentos são “uma nuvem explosiva”.
Declara o climatologista Tim Ball sobre o material publicado: “Esse material confirma as suspeitas que eu tinha em meus 30 anos nas ciências do clima. Eu vi o sequestro da climatologia, particularmente pelos ‘modelos computacionais’ ajudados por um pequeno grupo de pessoas associados com o IPCC. Antes era extremamente difícil provar que estávamos indo nesse sentido. Mas, agora, subitamente, com a publicação desses arquivos, temos não só o ‘revolver fumegante’, mas uma 'bateria de metralhadoras'”.
O jornal The Telegraph já informou que o parlamentar britânico Lord Lawson já pediu um inquérito público para investigar as manipulações. Mais sobre o caso na Fox News, no The Times, no site do The Telegraph (também aqui) e no The New York Times. E quem quiser ler todos os documentos, e-mails e planilhas que denunciam a manipulação, o endereço do site contendo-os está disponível a todos, tendo sido, inclusive, divulgado pelo The New York Times e pelo The Telegraph. Para acessar o referido site, clique aqui.
Mas, como se não bastasse tudo isso, temos ainda um terceiro ponto explosivo. A declaração de Lord Christopher Monckton de que o acordo de Copenhague resultará, na prática, em um passo gigantesco para a instauração de um “governo mundial”.
Lord Christopher Monckton, 57 anos, foi assessor de imprensa do Partido Conservador da Inglaterra nos anos 70 e editor-chefe da revista britânica The Sunday Telegraph no início dos anos 80. Ele foi ainda o responsável pelos grupos de estudos econômicos, de estratégia, saúde e emprego do Centro de Estudos Políticos fundado por Margareth Tatcher, Keith Joseph e Monckton Sherman em 1974. Após Tatcher assumir o poder, Monckton se tornou seu conselheiro político. Hoje, vive como escritor, colunista em jornais britânicos e conselheiro empresarial. Pois bem, Lord Monckton realizou em outubro uma conferência na Universidade Bethel, em Saint Paul, Minessota (EUA), cujo vídeo no You Tube já foi assistido por mais de 2,3 milhões de pessoas até a presente data. Um dos vídeos está com legendas em português - trata-se justamente do final de uma das palestras, quando Monckton fala sinteticamente sobre sua impressão acerca do que leu do texto de Copenhague, e mais precisamente do trecho que traz a polêmica expressão "governo" para descrever a função que a ONU exercerá sobre as nações para fazê-las cumprir o que estabelece o acordo. Monckton lembra ainda que os histéricos ambientalistas de hoje defensores do AGAI são, em sua maioria, antigos órfãos do comunismo (depois da queda do Muro de Berlim e da URSS) que migraram, com sua tendência ideológica, para o ambientalismo, e via "terrorismo" ambientalista tentam impôr hoje, em nova formatação, seus anseios ideológicos.
As declarações de Lord Christopher Monckton foram matéria no Wall Street Journal (não deixe de ler o artigo de Janet Albrechtsen) e na Fox News. O vídeo contendo o referido trecho da palestra de Monckton com legendas em português está aqui.
O presidente da República Tcheca, que esteve este mês no Brasil, fez coro com Monckton. Ele opõe-se totalmente ao acordo de Copenhague justamente porque "esse acordo vinculativo diminui a soberania dos países". Acrescentou ainda que ele teme que o acordo faça da ONU o que ocorreu com a União Européia – criada para cooperação das nações, ela acabou se tornando, na prática, pelos poderes que conquistou, um “governo transnacional”. Leia as declarações do líder tcheco aqui e aqui.
O texto do acordo de Copenhague, denunciado por Monckton e pelo presidente tcheco, foi disponibilizado em PDF via internet (para ler, clique aqui). Ele é datado de 15 de setembro. São 181 páginas da resolução da Convenção do Quadro sobre Alterações Climáticas das Nações Unidas. É esse o documento que a ONU está levando para ser assinado na Dinamarca.
O documento fala de um "acordo vinculativo" ao qual os países, ao assinarem o Tratado de Copenhague, estarão se submetendo para que cumpram suas metas. E fala-se ainda de redistribuição de renda no mundo (sic) com imposto sobre os países mais ricos. Criar-se-á um imposto anual que será controlado pela ONU. É justamente no trecho do acordo que fala sobre essa atribuição nova da ONU que surge o termo "governo". O órgão administrará e fiscalizará a redistribuição de riqueza global, tanto no que diz respeito a taxas de CO2 quanto ao imposto anual sobre os países. Há ainda a proposta, por exemplo, de um imposto de 2% sobre todas as transações financeiras do mundo.
Mais sobre a Conferência de Copenhague, especificamente sobre a condescendência do governo americano e de boa parte dos países da Europa com o acordo a ser assinado lá, leia aqui e aqui.
Como se não bastassem esses temores, o atual presidente da União Européia, Herman Van Rompuy, afirmou semana retrasada à BBC de Londres, com todas as letras, que “2009 é o primeiro ano do governo global com o estabelecimento do G20 em meio à crise financeira, e a Conferência do Clima em Copenhague é outro passo à frente para a administração global do nosso planeta”. Não acredite só porque eu estou dizendo. Leia aqui. Ou ouça e veja aqui. Detalhe: Rompuy é um dos membros mais famosos do Clube Bilderberg, que prega que a solução dos problemas do mundo só será possível com a diminuição da soberania dos países em prol da criação de uma espécie de “órgão de governança mundial”. A idéia é fazer do mundo uma grande União Européia, onde cada país cede um pouco de sua soberania em nome dessa união.
O que mais me impressiona é que (1) essas informações são tolhidas por boa parte da mídia (com honrosas exceções) e, (2) a despeito das denúncias contra a tese furada do AGAI e do texto do acordo de Copenhague conter artigos polêmicos, essa parte da mídia insiste explicitamente em defender que o acordo deve ser assinado logo, e usando o discurso terrificante do "Aquecimento Global Atropogênico e Irreversível". E Hollywood, defensor de primeira hora do AGAI, engrossa a onda pró-Copenhague, e adaptando o discurso, devido ao crescente descrédito da tese do aquecimentro global antropogênico (Pesquisas mostram que, hoje, nos EUA, mais da metade dos americanos não acredita mais no AGAI. Dois anos atrás, a maioria acreditava). Um filme com investimento altíssimo (200 milhões de dólares), intitulado 2012, estreou nos cinemas de todo o mundo este mês falando do fim do mundo por desastres naturais. A diferença é que, nele, os desastres não são provocados mais pelo homem, mas por explosões no Sol (os céticos, contrários à tese do AGAI, afirmam que o aquecimento por que passou a Terra recentemente - e que já se foi - foi gerado pelo Sol, e não pela ação do homem). E na película, a China (nos últimos meses, uma grande defensora do acordo de Copenhague) é apontada como “salvadora do mundo”.
Um filme justamente assim, e lançado próximo da Conferência de Copenhague (marcada para dezembro de 2009 há muito tempo), não é coincidência demais?

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Sobre articulistas seculares anti-esquerda ou conservadores

De vez em quando, alguns leitores perguntam-me qual a minha impressão sobre célebres articulistas anti-esquerda e/ou conservadores não-evangélicos dos EUA e do Brasil, sobre o que sei e penso de seus posicionamentos, se tenho algum senão em relação a algum pensamento deles etc. Como não são poucos os que me perguntam isso, e para poupar-me de repetir muitas vezes a mesma resposta a cada um dos que me abordam, apresento aqui uma única e final exposição sobre o assunto.
Antes de tudo, é importante frisar que, como cristãos, nossa missão vai além das preocupações com as questões políticas e sociais de nosso tempo. Envolve esses assuntos, mas não apenas eles. Agora, por envolver-lhes também, a intersecção entre a nossa luta pelos valores na sociedade e a luta de outros segmentos em favor de valores que prezamos nos leva naturalmente à empatia em relação à boa parte da produção intelectual de nomes desses segmentos, independente de serem estes evangélicos ou não. Não é uma sintonia total, mas apenas em relação a certos pontos. Em alguns casos, a sintonia é maior; em outros, menor.
Exemplifico e, inspirado nas perguntas que me chegam, citarei agora alguns nomes bem conhecidos. Gosto, por exemplo, dos livros e artigos do professor, jornalista e filósofo católico conservador Olavo de Carvalho. Aliás, considero que muitos de seus textos estão entre os mais lúcidos já escritos em nossos dias sobre a atual conjuntura política, filosófica, social e econômica que vivemos no Brasil, na América Latina e no mundo. Porém, e obviamente, isso não significa dizer que me alinhe a todos os seus posicionamentos. E tais diferenças nada impedem que reconheça o brilhantismo e o acerto em suas colocações.
Da mesma forma, gosto de muitos textos do jornalista Reinaldo Azevedo, mas daí a pensar que concordo com todos os seus posicionamentos é bem diferente. Muito ao contrário. Ele é evolucionista teísta, eu sou criacionista; ele apóia a adoção de crianças por homossexuais, eu não apoio; ele é a favor dos abortos por estupro e terapêutico, e eu, não; ele é condescendente com o projeto de legalização da união civil homossexual, enquanto eu, não. Azevedo também foi inicialmente a favor da liberação das pesquisas com células-tronco embrionárias, mas, felizmente, mudou de posição depois. Poderia citar outros exemplos mais modestos de divergências, mas esses bastam. Entretanto, tais divergências (algumas profundas) não impedem que admire seus textos sobre política, imprensa, democracia, liberalismo econômico, contra a liberalização do aborto, contra a descriminalização das drogas, e a favor de campanhas pró-abstinência sexual até o casamento e pró-incentivo à fidelidade conjugal.
Gosto até de muitos textos do jornalista e escritor Diogo Mainardi, apesar de sua acidez e queda pelo liberalismo social. Mesmo admirando alguns de seus textos, fato é que ele é ateu, eu não; ele, conquanto pessoalmente contra o aborto, defende o “direito” de as mulheres decidirem abortar ou não, enquanto sou contra o aborto em todos os casos (eu era, até pouco tempo, seguindo a tradição histórica evangélica, condescendente apenas com o aborto terapêutico, mas, como já disse aqui, fui convencido, depois dos debates sobre o caso do aborto na menina de 9 anos em Recife, que uma situação em que a vida da mãe esteja em sério risco é, devido aos recentes avanços científicos, quase inexistente). Enfim, há divergências. E não são poucas. Mas, o que gosto nos textos de Mainardi são suas apurações jornalísticas e suas colocações no que diz respeito à política, à imprensa, às esquerdas e ao liberalismo econômico.
Mais um exemplo: gosto dos textos do poeta e jornalista judeu Nelson Ascher, mas daí a pensar que alinho-me com tudo o que diz é igualmente um erro. Minhas concordâncias são, sobretudo, em relação às suas colocações sobre política e esquerdismo. Além de muita coisa na área de cultura.
Gosto de textos do sociólogo e escritor Demétrio Magnoli, mas daí a concordar com tudo o que ele escreve é bem diferente. Aliás, o professor Magnoli, que escreve geralmente textos muito bons, com ricas informações e lógica apurada, já me surpreendeu algumas vezes usando argumentos pífios para defender posicionamentos dos quais discordo profundamente.
Aproveitando: Magnoli e Ascher não são de direita ou conservadores, como muitos pensam, mas, sim, o que pode ser classificado, no espectro político, de centro. Ascher é declaradamente social-democrata. Reinaldo Azevedo, por sua vez, já disse estar mais alinhado ideologicamente ao antigo PFL (hoje DEM) do que ao PSDB, apesar de ser acusado constantemente de ser “tucano”. Ele é um anti-esquerda, mas não plenamente conservador. E Mainardi é defensor do liberalismo econômico (o que é bom), embora seja adepto do liberalismo social (o que é mau). Conservador mesmo, no sentido clássico, desses mencionados, só mesmo o Olavo de Carvalho.
Enfim, ao citar em alguma postagem minha Ascher, Magnoli, Mainardi, Azevedo ou Olavo de Carvalho (ou Ali Kamel [que, como Ascher, Magnoli e Mainardi, não é um conservador, mas tem abordagens interessantes], ou ainda os conservadores Ann Coulter e Thomas Sowell, dentre outros), obviamente não estou dizendo que concordo com cada um de seus posicionamentos, mas, sim, que concordo com aqueles argumentos que menciono.
Com alguns desses nomes concordo muito mais do que com outros, mas, obviamente, com nenhum deles concordo em relação a tudo.
Como disse Paulo, "examinai tudo; retende o bem". Aplicando esse método em nossas leituras cotidianas, percebemos que, da produção de alguns articulistas seculares, não sobra praticamente nada. De outros, sobra alguma coisa. E de outros ainda, há muito a se aproveitar. Cabe a nós sermos bons examinadores.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

PLC 122 foi aprovado hoje na Comissão de Assuntos Sociais do Senado

Há poucas horas, enquanto os evangélicos se distraíam com a enquete no site da Agência Senado sobre o PLC 122/2006 e os deputados evangélicos estavam ainda preparando seus argumentos para duas audiências anunciadas para debater o tal projeto (que cria o crime de "homofobia" no Brasil), este foi aprovado na Comissão de Assuntos Sociais do Senado. Leia toda essa história no blog do Júlio Severo. O link está aqui.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Como previsto, um homem extremamente coerente com sua biografia e fiel aos alvos da cartilha do liberalismo social

Hoje, faz um ano que Barack Hussein Obama foi eleito presidente dos Estados Unidos da América. Há pouco mais de um ano, mais precisamente em 5 de outubro de 2008, escrevi um artigo sobre as razões pelas quais, mesmo não sendo fã de MCain, preferia este a Obama e não era nada simpático à candidatura do então senador democrata, por mais incensado que este fosse pela maioria da mídia de lá, de cá e de toda parte. O artigo pode ser lido aqui.
Bem, um ano depois de eleito e com pouco mais de nove meses de mandato, Obama foi, como esperado, absolutamente fiel a todas as promessas que fez na área de liberalismo social e falho nas promessas que fez em outras áreas. Tudo dentro do script. Aliás, essa era uma das coisas mais óbvias de se antever. Não era preciso ter “bola de cristal”, revelação, nada disso, para saber essas coisas. Era só olhar para a biografia do indivíduo e esperar que ele mantivesse a coerência ideológica que marcou sua trajetória. Quanto ao que prometeu que se chocava com a realidade dos fatos, naturalmente deveríamos deixar de lado. A maioria das pessoas, porém, prefere marketing de campanha, afetação, esse tipo de coisa; e aí, logo depois que a fumaça abaixa, vem a frustração.
Pois bem, vejamos a extraordinária coerência de Obama.
Escrevi à época de sua campanha, no texto já mencionado, que Obama faria de tudo para apoiar os abortistas, e... Bingo! O seu primeiro ato como presidente, em 21 de janeiro, foi decretar a Lei da Liberdade de Escolha, que autoriza o financiamento de ONGs internacionais pró-aborto com dinheiro público americano. Ademais, sua reforma na área de saúde inclui oferecer aborto gratuito a toda a população. Absolutamente previsível.
Afirmei ainda que Obama era a favor da destruição de embriões para a produção de células-tronco e faria de tudo para liberar essa prática nos EUA, e... Bingo! Em 9 de março, com o apoio de um Congresso americano esmagadoramente formado pelos seus colegas liberais (capitaneados por Nancy Pelosi, da ala radical do Partido Democrata [O Congresso americano já viu dias melhores...]), o homem assinou a liberação de tal pesquisa e o financiamento público para sua execução. Totalmente previsível.
Escrevi também que Obama era a favor do movimento homossexual e faria tudo para implementar a agenda desse movimento, e... Bingo! Obama estabeleceu que o mês de junho nos EUA será agora o “Mês gay dos EUA”, um mês dedicado a homenagear o homossexualismo no país, e ainda está lutando pela aprovação, no Congresso, de projetos de lei contra a chamada “homofobia”. Aliás, já conseguiu a aprovação de um deles e está lutando pela dos demais (leia aqui).
Lembrei ainda que Obama era a favor da legalização de drogas e... Bingo! Há poucos dias, o homem acabou com as restrições ao consumo de drogas implementado pelo governo anterior em contraposição ao consumo liberado de maconha em 14 Estados dos EUA (leia aqui). Tudo isso para a alegria de George Soros, que está fazendo campanha para que Obama inclua no tal Sistema Público Nacional de Saúde a maconha por receita médica (leia aqui e aqui). Aliás, meses atrás, Obama chegou até a levar a sério a cogitação de alguém a respeito da legalização da maconha como uma estratégia para “aquecer a economia americana”, porém descartou não o seu desejo de lutar pela legalização da maconha em todo o país, o que permanece, mas a legalização da maconha como método eficiente para reverter a crise (leia aqui). O objetivo de Obama, já celebrado de antemão pelos que lutam pela legalização da maconha, é, ao final, liberar a maconha para fins lúdicos (leia aqui). Imensamente previsível.
Apresentei também meus temores de que Obama, ao ser eleito, colocaria no alto escalão de seu governo gente extremamente liberal e radical, justamente porque sua vida estava totalmente associada a essa turma. Adivinhem. Outra vez, bingo! Só para citar três exemplos (porque citar todos os casos aqui resultaria em uma postagem quilométrica): O chefe do Escritório de Segurança nas Escolas do governo Obama é um ativista do movimento homossexual (leia aqui) e outros dois secretários de Obama são fãs confessos do carniceiro Mao Tsé-Tung, que matou 70 milhões de pessoas na China, inclusive milhões de cristãos.
Vamos aos fatos.
Durante a 6ª edição do Fórum Anual de Investimento, realizado no Clube da Liga da União de Nova Iorque, nos dias 27 e 28 de fevereiro de 2008, Ron Bloom, membro da ala radical do Partido Democrata e nomeado por Obama conselheiro sênior do presidente dos EUA para assuntos relativos à indústria, bem como líder da força-tarefa do governo para salvar a indústria automobilística (boa parte dela foi estatizada neste ano), externou sua admiração por Mao Tsé-Tung. Ao palestrar no evento supracitado sobre o tema “O papel da União na falência e reestruturação”, Bloom revelou o que acha de verdade sobre o Livre Mercado e sobre o pensamento de Mao Tsé-Tung a respeito. Disse ele: “Sabemos que o Livre Mercado é um disparate. Sabemos que a questão toda está no sistema de jogo. (...) Sabemos que isso é em grande parte sobre poder. (…) Estou de acordo com Mao (Tsé-Tung) de que o poder político vem em grande parte do cano de uma arma”. Veja e ouça a fala de Bloom aqui. Acho que, depois desse discurso, Obama não pensou duas vezes: "O homem odeia o Livre Mercado e é fã de Mao Tsé-Tung! Que maravilha! Se eu for eleito, esse é o cara que preciso para essa crise econômica". Idealizado e feito.
Anita Dunn, atual diretora de Comunicações da Casa Branca, que também pertence à ala radical do Partido Democrata, foi a conselheira sênior da campanha de Obama à presidência dos EUA. Dunn afirmou recentemente que é fã de Mao Tsé-Tung e que a Casa Branca controla a mídia americana.
Sobre seu apreço a Mao, disse Dunn, em 5 de junho, discursando aos estudantes da Escola Episcopal de Saint Andrews, em Potomac, Maryland (EUA): “...a terceira lição e dica [que quero vos passar] vem de dois dos meus favoritos filósofos politicos: Mao Tsé-Tung e Madre Tereza, não muitas vezes ligados entre si, mas as duas pessoas para quem me volto no dever de apresentar um ponto simples, que é: você deve fazer escolhas, você deve desafiar, você deve dizer ‘Por que não?”, você deve descobrir como fazer as coisas que nunca foram feitas antes. Este é o ponto: As escolhas são suas, elas não são de mais ninguém. [Exemplo:] Em 1947, quando Mao Tsé-Tung foi contestado dentro do seu próprio partido em seu plano para tomar a China. Chiang Kai-shek e os nacionalistas chineses estavam em algumas cidades, tinham o exército e a força aérea, tinham tudo ao seu lado. E as pessoas diziam a Mao: ‘Como você pode ganhar? Como você pode fazer isso?’. E, então, Mao Tsé-Tung disse, vocês sabem: ‘Vocês lutam sua guerra e eu lutarei a minha’. Pense sobre isso por um segundo. Você não tem que aceitar a definição de como fazer as coisas e não tem que seguir as escolhas de outros povos e caminhos. Ok? Trata-se de suas escolhas e seu caminho. Você luta sua própria guerra, você define o seu próprio caminho, você descobre o que é certo para você. Você não deixa a definição externa definir a sua definição interna do que é bom para você, você luta a sua guerra e deixa eles lutarem a deles. Todo mundo tem o seu próprio caminho”. Veja e ouça Anita proferindo estas "sábias" palavras aqui.
E há poucos meses, em uma conferência na República Dominicana, Anita Dunn afirmou: “Nós controlamos as notícias da mídia”. O vídeo está aqui. Nele, ela explica como a campanha de Obama controlou a circulação e os trabalhos da grande mídia (NBC, MSNBC, ABC, CBS, CNN, New York Times etc), que, por sua vez, aceitava submissa esse controle por ter toda boa vontade em relação a Obama. Mais sobre o assunto pode ser lido aqui.
Enfim, Obama é cansativamente previsível. Exaustivamente previsível.
Hoje, nos Estados Unidos, há muita gente decepcionada com Obama. Os “evangélicos moderados”, que foram decisivos para elegê-lo, já nos primeiros meses de mandato se disseram arrependidos por o terem apoiado (leia aqui). A população americana, que dava a ele cerca de 65% de apoio no início do mandato, também está decepcionada e indignada (Hoje, mais da metade dos americanos não aprova o governo Obama). Eu, não. Obama não me decepcionou em nada. O máximo que posso dizer é que ele chega a ser enfadonhamente previsível.